1 de julho de 2010

Vamos saber se contaram nossa história certo
Vamos rever o que existe no nosso passado
Devemos conhecer nossos heróis de perto
Tentando consertar o que se aprendeu errado
Quem foi o herói que libertou o homem?
Foi quem lutou pra não passar mais fome

Talvez alguem não aceita outra versão das fatos
Que a fantasia é a mordaça da realidade
Os ídolos de barro para os insensatos
E os verdadeiros homens, homens de verdade
Quem foi o herói que era fidalgo e nobre?
Foi o varal de uma rameira pobre

O rei, o herói, o santo, um assassino e a mártir
Foram também como nos em decadência ou glória
Na historia foram eles que fizeram parte
Feito amanhã seremos parte da história
Quem foi o herói que foi grande guerreiro?
Foi quem sonhava ter fama e dinheiro

Vamos saber se contaram nossa história certo
Talvez alguem não aceite outa versão dos fatos
Devemos conhecer nossos heróis de perto
Foram também como nós em decadência ou glória
Quem foi o herói que libertou o homem?
O rei, o herói, o santo, um assassino e a mártir


Dori Caymmi

8 de junho de 2010

chama a inspiração

quem é, quem vem, quem está
quem foi, quem vive, quem será

morro num morro de vento, alegre sopro uma nuvem
ela viaja e passa na frente do sol

assim, cria uma sombra
foi tudo eu, por que, por que sombra

luz,luz,luz
permanece
ultrapasse eu
em mim, em ti, contigo, ali, enfim...

a luz está contigo.

alguma coisa está fora da ordem

assim:
ordem e caos
anseio da humanidade:
controlar eles
eles:
eles próprios, eles outros, eles tudo, eles deus...
deus:
ordem
humanidade:
caos
os dois juntos:
perfeição

1 de junho de 2010

under the bridge

Às vezes eu sinto
Que não tenho um companheiro
Às vezes eu sinto
Como se fosse meu único amigo
Será a cidade em que vivo
A cidade dos anjos?
Sozinho eu estou
Juntos nós choramos

Eu dirijo em suas ruas
Pois ela é minha companhia
Eu ando pelas suas colinas
Pois ela sabe quem eu sou
Ela vê meus feitos bons
E ela me beija com o vento
Eu nunca me preocupo
Agora que é uma mentira

Eu não quero nunca me sentir
Como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo
Me leve embora

É difícil acreditar
Que não há ninguém lá fora
É difícil acreditar
Que estou totalmente só
Pelo menos tenho seu amor
A cidade me ama
Sozinho como estou
Juntos nós choramos

Eu não quero me sentir
Como me senti naquele dia
Me leve ao lugar que amo
Me leve embora

4 de maio de 2010

Estruturada estruturada estruturante

Seriamos, nós, frutos de uma ação exterior a qual nos manipula inconscientemente? Ou seriamos uma escolha individual dentro de um universo de possibilidades? O que nos dizem essas palavras?
Os questionamentos abrem caminhos de pensamento em nós, os quais fazem sim parte de um contexto maior, como o lugar e época onde vivemos e nascemos.
Nossa educação, molda sim a nossa forma de ser e pensar. No entanto a nossa forma de estar, um estar sendo agora, pode ser moldado por nós. Estamos sempre nesse processo de receber e doar, num perfeito ciclo de trocas. Pode ser chamado, sim, de reciprocidade. Pode ser chamado também de troca, reflexo, autoconhecimento, ou qualquer outra palavra. Mas a própria ação está fora do sentido da palavra, pois ela não consegue abranger tudo o que faz parte da nossa realidade – po isso várias palavras para significar a mesma ação. A realidade, formada então, por consciência, insconciecia, emoções, espírito e nosso corpo, passageiro. A linguagem falada, dentro dessa concepção, não é a única forma de atingir o que queremos passar. Junto às palavras, deve haver a performance, a ação, a manifestação, o modo de ser de cada um. Esse sim, é personal, e, seria ele construído a partir do mundo externo? Acredito que nada é por acaso, o lugar onde nascemos e estamos agora não é aleatório. A ordem, essa sim, é exterior. Ela existe em todos os lugares e dimensões, todas as esferas da vida. No entanto, o que ela significa para cada sociedade é o que muda. Por isso a palavra não consegue abranger toda a dimensão que envolve.
Mas seria essa a única dimensão a ser abordada? Sinto que não temos como abordar todas as dimensões aqui, mas por que? Por que o nosso conhecimento e as nossas lembranças são sempre fragmentadas? Será que não é possível compreendermos o todo? Acredito que o todo está muito além das partes. Não basta juntarmos o fragmentos para compreender o todo, pois os próprios fragmentos são fragmentos de outras interpretações. A Busca do conhecimento é contínua e sem fim, dura toda a nossa vida aqui na Terra. Mas é possível sim encontrarmos a resposta para a questão o que estamos fazendo aqui agora, qual nossa missão? É possível chegarmos a uma compreensão do nosso ser quando conseguimos transpor nossas vontades e desejos de querer saber e buscar realmente a resposta. Essa busca é, portanto, interna. A busca parte de dentro, e busca fontes lá fora, a partir das trocas, a partir do outro servindo como espelho teu. Mas, o conhecimento não pode ser somente interno, caso contrário do que serviria? Qual seria a utilidade de um conhecimento apenas teu? É para isso, também, que o outro existe. Nós, humanos, não somos sozinhos, não conseguimos ser, não podemos ser. A cooperação faz parte da nossa essência. No entanto, cada um possui sua própria caminhada, processos e experiências que não podem ser traduzidas em palavras pois elas não conseguem representar exatamente o que queremos dizer.
Para mim, é a partir disso que podemos compreender melhor o que se passa nas cabeças das pessoas. A experiência, estaria, para mim, para além dos pensamentos. A Experiência é estar sendo naquele momento exatamente o que era para estar sendo, e vivendo exatamente o que era para se estar vivendo. Será mesmo que alguns fatores externos influem? Ou nós que atraímos esses fatores externos, e são eles, portanto, internos? É difícil compreendermos o quanto influímos na nossa própria caminhada. Escolhas, escolhas...elas são a chave para a experiência.



O QUE FALEI, SE SÃO APENAS PALAVRAS?
O QUE ESTAVA, EU, TENTANDO DIZER?
ALGUÉM SABE?

QUEM SABE ATRAVÉS DA TROCA, PODEMSO NOS COMPREENDER MELHOR...


num Enlaçãdor de Mundos Cósmico Branco

24 de março de 2010

tudo muda

Tudo muda a todo instante que é sempre um agora diferente mas igual daquele que passou e que continua sendo para sempre um agora sem fim.

Sinto que mudo a todo instante tudo muda junto comigo. É ilusão que as coisas a minha volta que mudam, porque eu sou quem mudei tudo que vejo. Tudo de fora é visto por dentro. Tudo externo é interno primeiro. Vejo aqui dentro, depois vejo fora.

Tudo é reflexo do que pensamos ser o que está sendo lá fora. É aqui dentro. No coração. No pulsar do universo que pulsa bem no centro do seu ser. Preste atenção as batidas que fazem com que você esteja vivo neste agora que é para sempre, mas que acabará para começar um novo fim...

E assim, sigo adiante sempre, sem esperar o que virá e vivendo o que é.

Eu sou você. Eu me enxergo em você, porque quero isso.
Quero amar e EU SOU o amor.
Beijos no pulsar de cada um que vive nesse mesmo lugar que eu.

Decoração
Nocoração

08.09.2008

pensamentos sobre cultura, vida, universo...

O universo dentro de outro, é isso que é nossa casa. Cada família com seus modos de viver, agir, conviver e até mesmo de sentir. Com muita particularidade são formadas as famílias e os grupos humanos. O que une todos eles? parece que estamos todos separados, longes, pois não nos vemos durante um tempo e, de repente, nos encontramos na entrada de um concerto, teatro, na rua, numa praça ou em algum local inimaginável. O que fez nós estarem naquele lugar e naquele momento perfeito? A atração que temos um com o outro mesmo sem sabermos. Ela é invisível e influenciável, do mesmo modo ela funciona para atrair planetas, sistemas solares e universos. Por isso pode-se relativizar a distância, pois ela é construída cultural e invisivelmente. Essa força, portanto é distante mas está presente aqui agora dentro de nós. É assim que a cultura age, na nossa forma de enxergar o mundo e todos os seus detalhes. Além da cultura e educação de cada ser, uma personalidade e uma maneira própria de ver as coisas está presente em cada um, e muitas vezes a cultura, diluída em nossa maneira de ser, faz com que apaguemos o nosso brilho pessoal pois limita a criatividade e a visão de mundo. Nós nascemos dentro de um horizonte de possibilidades, o qual chamamos de bairro, cidade, país. Ele tem parece ter vida própria, no entanto, foi criado pela maneira de ser dos humanos que nele vivem, e foi tomando um movimento cíclico e repetitivo, parecendo, muitas vezes, ter essa própria vida. Fora desse campo de possibilidades nossa capacidade de enxergar e compreender outros campos de possibilidades é extremamente limitada, e por isso usamos a criatividade e imaginação, para tentarmos dar forma ao desconhecido. Isso é algo extremamente complexo, como ver uma cor nunca vista antes ou ouvir um som nunca ouvido. Mas a complexidade de ser humano é muito mais complexa de ser compreendida, se for possível compreendê-la. Existem muitas coisas que nunca conheceremos porque são infinitas possibilidades de experiência e contatos que temos a chance de viver, sentir e ver. Dentro delas, a principal é a morte. Todos irão vive-la (ou morrê-la hihi) no entanto, não poderemos passar adiante a nossa experiência ao morrer. Por isso, existem muitas ações, sentimentos, sensações que farão parte apenas do nosso caminhar, nas quais tentar descrevê-las aos outros tirará toda graça da sua existência, pois aquele momento é único e intransferível.
É essa lei, é essa a atração, estarmos sempre no lugar certo e no momento certo: agora. Compreender o nosso campo de possibilidades é muito importante para podermos atravessá-lo e acessar outros modos de vida e cultura, transcendendo nossos limites como humanos e viventes da terceira dimensão.

universo de universos

Esse texto que segue são reflexões que tive durante um momento de despertar no início do ano 2007. Acho que no momento que escrevi, não pensei muito o que isso significava, mas lendo-o agora, consigo enxergar os meus primeiros questionamentos a cerca do mundo e da minha missão aqui, e também o porquê de eu estar estudando agora Antropologia e Arqueologia. Talvez para compreender melhor essas inquietações humanas e descobrir cada vez mais mistérios da vida...

(tem alguns erros de português, mas nao arrumei tudo bonitinho porque segue um raciocínio daquele momento)

Estamos num universo de universos. Tudo que nos cerca não é o que vemos, é o que pensamos ver. Ou justamente são os próprios pensamentos que temos. Quem disse que não pensamos tão rápido que somos capazes de mudar a realidade? Pode ser que o nosso pensamento é que se desenvolve tão rapidamente que ele proprio é capaz de mudar tudo a nossa volta.
Quem sabe é por isso que a humanidade terá um fim, porque nossa mente chegará num limite, e esse limite é o fim. É o limite que explica tudo.
Como podemos nos julgar superiores se as próprias plantas são quem nos fazem viver?? Não vivemos sem ela, mas ela vive sem nós, isso é, se todos nos morressemos, as plantas continuariam aqui no planeta terra. Ou seja, como podemos nos julgar SUPERIORES? Se necessitamos de alguém, que dizemos ‘inferiores’ de nós. As plantas são seres tão desenvolvidos, que conseguem viver somente dependendo da luz, ou seja ENERGIA. Nós também somos dependentes de energia, só além da energia do sol, também precisamos da energia das plantas, ou seja, somos secundários. O essencial para vivermos é o oxigênio, que é produzido pelas plantas.
Por que ás vezes temos pensamentos antes de sair de casa, por exemplo o que me aconteceu hoje: eu normalmente guardo minha carteirinha de estudante na minha caretira espontaneamente, e ontem foi um exceção, guardei no bolso da minha jaqueta. Antes de sair de casa pensei “tenho que pegar minha carteirinha”, mas foi um daqueles pensamentos rápidos que o cérebro não é capaz de captar. Quando fui pegar ônibus vi que eu precisava da carteirinha, mas ela não estava comigo. Porque isso se eu pensei antes de sair de casa? Porque meu cérebro, mesmo pensando, não foi capaz de armazenar a informação e me mandar pegar essa carteirinha? Porque esses pensamentos são tão fortes e evoluídos que o nosso cérebro não armazena. Eles pensam no futuro, no que vai acontecer, mas nosso cérebro ainda não consegue captá-los. Se catássemos todos os pensamento que vêm rápido no nosso cérebro, muitos deles poderiam estar lendo o que vai acontecer no futuro, e muitas coisas nós conseguiríamos modificar. Também um bom exemplo é quando vamos sair de casa e ás vees derrubamos uma jaqueta, e temos que voltar para botar ela no lugar de novo, ou esquecemos uma janela aberta, e voltamos para fechá-la. Só que o tempo continua correndo, portanto o mundo também, as pessoas também. 1seg faz toda a diferença pois o tempo é relativo sempre.
E então porque essas coisas não acontecem sempre? Acontecem somente ás vezes porque são nessas vezes que elas devem acontecer. Um segundo pode fazer com que encontremos uma pessoa que conhecemos quase virando a esquina, ou se tivéssemos perdido mais um segundo, não encontrariamos ela. O mundo portanto todo funciona assim, pelo tempo em que as coisas acontem. Mas o tempo sempre foi avaliado e sentido diferententemente nos diversos contextos históricos e sociais. Não existiam números dá mesma forma como os conhecemos hoje, mas ele estava lá. COMO ISSO? Não conseguimos imaginar nossas vidas sem numeros (nem sem tempo). Eles são tudo, são nossos registros perante o governo, são os que dizem quanto temos no banco, são os números da conta bancária, o número de pessoas que vivem na mesma cidade que nós, nossa nota final de curso... eles são TUDO! Só que foram inventados. Isso quer dizer que eles não existiam. E isso já não é imaginável para nós. Portanto, existem do passado que não conseguimos explicar, e tentamos sempre adivinhar o futuro, também embaçado diante da nossa capacidade de imaginação.
Talvez se tentássemos primeiro desvendar o que já passou, soubéssemos o que viria. Ou se prestássemos atenção nas coisas que precisamos AGORA, faríamos o futuro, saberíamos produzí-lo. Esse universo não tem fim, não teve começo, porque sempre pessoas criaram para produzir o futuro e continuaram criando. Ou taLvez tudo o que está acontecendo com a nossa humanidade sobre o aquecimento global é algum sinal de que se não começarmos a fazer a nossa missão aqui que é descobrir coisas, inventar coisas, nossa população irá se destinguir. E a nossa missão é justamente salvar do fim dos nossos seres superiores a quem devemos nossa vida: AS PLANTAS. Não somos nem capazes de produzirmos nosso alimento. Precisamos de frutos, cereais, animais, folhas, tudo o que ingerimos vem da natureza. O trigo veio com ajuda do solo, assim como arroz, o milho, feijão, e muitas outras. As frutas vêm das arvores. As raizes abaixo do nosso limite, a carne de um ser vivo, que nem nós.
Por que sentimos gostos deferentes? Por que uma coisa nos agrada e outra não? Por que as pessoas gostam de algo que asmoutras não gostam? Qual a diferença que cada coisa faz em alguém? Cada cérebro armazena um tipo de energia. Assim como nossos DNAS são diferentes, a forma como as coisas são absorvidas pelo nosso organismo também é.
Isso parece um jogo em que algum ser mais forte que nós, está nos observando, vendo a capacidade de entendermos a/s vidas.

ESCOVA

Eu tinha vontade de fazer como os dois homens que vi sentados na terra escovando osso. No começo achei que aqueles homens não batiam bem. Porque ficavam sentados na terra o dia inteiro escovando osso. Depois aprendi que aqueles homens eram arqueólogos. E que eles faziam o serviço de escovar o osso por amor. E que eles queriam encontrar nos ossos vestígios de antigas civilizações que estariam enterrados por séculos naquele chão. Logo pensei de escovar palavras. Porque eu havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. Eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras. Eu já sabia também que as palavras possuem no corpo muitas oralidades remontadas e muitas significâncias remontadas. Eu queria então escovar as palavras para escutar o primeiro esgar de cada uma. Para escutar os primeiros sons, mesmo que ainda bígrafos. Comecei a fazer isso sentado em minha escrivaninha. Passava horas inteiras, dias inteiros fechados no quarto, trancado, a escovar palavras. Logo a turma perguntou: o que eu fazia o dia inteiro trancado naquele quarto? Eu respondi a eles, meio entresonhado, que eu estava escovando palavras. Eles acharam que eu não batia bem. Então eu joguei a escova fora.

Manoel de Barros


postado numa semente planetária amarela

15 de novembro de 2009

compartilhar

o sonho
compartilhado ou não

tentar impo-lo para os outros
viverem o mesmo

complicado.

solidão
a sensação de só tu entender o acontecido.
e quando nao é assim?

o sonho compartilhado
o olhar cruzado
a solidão nublando-se.

e o desejo de compartilhar esse momento
com aquela pessoa
que te entende
mesmo sem olhar.

te entendi.


num guerreiro cristal amarelo